Johnny Andrade e Cleiton Zanatta, moradores de Tangará da Serra, em Mato Grosso, foram espancados por ambulantes nesse sábado (27), em uma praia de Porto de Galinhas, distrito turístico de Ipojuca, no estado de Pernambuco. De acordo com o relato das vítimas, eles foram surpreendidos por uma cobrança abusiva na hora de pagar a conta em uma das barracas da praia e, ao questionarem o valor, foram espancados por pelo menos 15 comerciantes.
Os dois foram socorridos por salva-vidas, visto que no local não havia policiamento.
De acordo com relato publicado nas redes sociais, Johnny e Cleiton foram passar férias em Porto de Galinhas e, ao chegarem a uma das praias, foram abordados por um comerciante que lhes ofereceu o serviço de cadeiras em sua barraca. O ambulante teria cobrado R$ 50 pelo serviço, valor combinado previamente. No entanto, na hora do pagamento, o preço teria aumentado para R$ 80.
Neste momento, Johnny questionou a cobrança abusiva e se negou a pagar o novo valor, afirmando que pagaria apenas os R$ 50 combinados anteriormente.
Com a negativa, o ambulante passou a agredi-lo com cadeiradas. Em seguida, jogou a vítima no chão e passou a desferir socos e chutes. Imediatamente, outros ambulantes se aglomeraram no local e iniciaram uma verdadeira sessão de espancamento contra Johnny e Cleiton.
De acordo com as vítimas, havia muitas pessoas no local, mas nenhuma interveio, e muitas começaram a filmar as agressões.
“Foi um massacre o que aconteceu com a gente. Foi um ato de atrocidade”, disse Johnny.
Em determinado momento, Cleiton conseguiu escapar e pedir ajuda aos salva-vidas da praia, que os colocaram na caçamba de uma caminhonete. Mesmo assim, os ambulantes chegaram a subir no veículo para continuar as agressões e arrastaram Cleiton para fora, dando diversos chutes nas costas dele.
Blogs locais, como o de Ricardo Antunes, publicaram imagens do espancamento e do desespero dos turistas enquanto os ambulantes avançavam contra eles. (Veja abaixo)
Após conseguirem se livrar das agressões, os dois foram levados para um hospital, onde, segundo relataram, não havia médicos nem equipamento de raio-x.
Diante da precariedade do serviço público em Porto de Galinhas, Johnny e Cleiton tiveram que providenciar meios próprios para ir até um hospital em Ipojuca, onde receberam atendimento médico adequado, já que não havia ambulância nem viatura no distrito turístico.
Após o relato das vítimas nas redes sociais, diversas pessoas contaram sobre situações semelhantes, denunciando cobranças abusivas e episódios de violência envolvendo ambulantes. Em outros comentários, internautas afirmaram ter cancelado viagens para Porto de Galinhas.
"É inacreditável como o Governo Municipal de Ipojuca consegue fechar os olhos, ano após ano, para um problema que corrói Porto de Galinhas por dentro: a verdadeira indústria de exploração praticada por barraqueiros e flanelinhas, e quem sofre é sempre o turista e o cidadão de bem. Os episódios recentes não são 'casos isolados'. São consequência direta da omissão do poder público", diz trecho de um dos comentários.
"Barraqueiros que cobram o que querem, inventam valores, ameaçam, intimidam e, quando alguém questiona, parte para a agressão", acrescentou.
"Quem vai a Porto não pode levar seu guarda-sol e cadeiras, pois a orla está toda loteada e com donos que pagam ‘royalties’ a faccionados (que já dominam a área faz tempo)", denunciou outro internauta.
Por RepórterMT